sexta-feira, 6 de março de 2009

Slow Food


Aprendi na aula de italiano que existe um movimento que surgiu na Itália, em 1986, chamado Slow Food. A Itália é, de acordo com minha professora (italiana, claro), o país em que as cadeias de fast food (ou para ser mais preciso, o McDonald's) tiveram mais dificuldades para se estabelecer.

Entre parênteses, quando ouvi isso me lembrei imediatamente do McDonald's na Galleria Vittorio Emanuele em Milão: a Galleria tem uma forma de cruz, e no cruzamento ficam as 4 "esquinas" que são visivelmente os lugares mais nobres para as lojas. É numa dessas 4 esquinas que fica o McDonald's, em meio a Prada, Gucci, Louis Vuitton etc...

Passando por essa galeria durante minha recente viagem, meus colegas franceses ficaram chocados com a presença da cadeia americana ali naquele lugar tão especial, de arquitetura Belle Époque, e se não seria o caso de o município intervir para proibir esse absurdo de alguma forma. Eu, que há uns 10 anos comi nesse mesmo McDonald's quando visitava Milão com meu pai, fiquei bem quieto...

Mas voltando ao paradigma Slow Food, hoje a associação se expandiu pelo mundo e conta com mais de 1000 "escritórios" em 130 países, sendo 410 só na Itália. No Piemonte há até uma universidade, a Università di Scienze Gastronomiche, onde você pode por exemplo fazer um mestrado e se tornar um verdadeiro Master of Food! (Divertido não?)


Brincadeiras a parte, a coisa me parece séria e é possível que a destruição do patrimônio genético que decorre das atuais práticas de produção agroalimentar mais competitivas do mundo possa colocar em risco nosso próprio futuro. Eu não sou um especialista do assunto, mas os argumentos que ouvi até hoje me fazem crer que, no mínimo, precisamos de mais especialistas e mais explicações.


Para terminar, ouvi dizer que apesar de toda essa fobia européia ao fast food o McDonald's está se virando bem diante da crise econômica: subiu 11 pontos na bolsa. A interpretação é que com menos dinheiro as pessoas estão apelando mais para o Big (Cheap) Mac - notem que aqui, ao contrário do Brasil, o Number One custa quase metade do preço de uma refeição padrão em um restaurante qualquer.

E que aqui (ainda) não existe restaurante por quilo.

2 comentários:

Leonardo disse...

Sobre a última linha: por que o (ainda)? Algum plano de importar o modelo? Não seria má idéia...pelo menos para os residentes brasileiros...

Danilo Balu disse...

A Italiana provavelmente nunca saiu de um raio de 100km da casa dela pra afirmar que a Itália foi o país com maior dificuldade do Mc... vc mesmo já quebrou as pernas dela. É na Escandinávia que há, sim, um consumo baixo nas cadeias de fast food.

Abrax
Balu